Trocas dolorosas


(foto retirada do El Pais)

Diz-se que ontem foi um dia triste para judeus e alegre para libaneses.
Esta será a primeira conclusão que se pode tirar das imagens passadas nos canais de televisão de todo o mundo Ocidental à chegada dos corpos dos dois soldados Israelitas raptados pelos mudjahedin do Hezbollah.


(Foto retirada da Al Jazeera)

Ao mesmo tempo em Beyruth festejava-se a libertação por parte de Israel, de Samir Khundar mais três militantes libaneses, mas simultaneamente chorava-e a entrega de dezenas de cadáveres de outros militantes do Hezbollah.

No Ocidente a CNN, BBC, Sky News, etc, focaram as alegrias “despropositadas” dos libaneses em contrapartida com a profunda tristeza dos judeus à recepção dos dois caixões negros com os restos mortais dos seus soldados.

Na Al Jazeera TV, Al Arabya, PressTV (Iran) e outras estações do Médio Oriente as notícias eram obviamente de sinal contrário.
Alegria “moderadamente oficiosa” dos árabes pela libertação de uns e profunda tristeza pela entrega de corpos dos menos afortunados.

Pouco ou nada (mesmo nada no caso da PressTV Iraniana) foi dito sobre a entrega dos corpos israelitas às suas famílias. Como comentário apenas isto; “por cada judeu que se chora em Israel, aqui no Líbano choramos cem dos nossos filhos. Não temos que os lamentar”.

Perante isto uma coisa é certa; goste-se ou não ambos os lados têm as suas razões e operam segundo os seus princípios e esta troca veio confirmar que embora Israel jamais abandone os seus homens, nem mesmo depois de mortos, o Hezbollah também não.

Para aqueles que não conhecem a realidade desta guerra, habituados que estão às “injecções” tendenciosas que os media Ocidentais lhes inoculam sobre os terrores do Hezbollah ou do Hamas, convinha que havendo essa possibilidade, equilibrassem as suas ideias sintonizando estações televisivas do Médio Oriente (há-as em língua inglesa, francesa e espanhola). Talvez moderassem os seus ímpetos!

Mas para quem conhece as duas realidades resta a esperança de que exemplos como esta troca de prisioneiros se repita até se chegar à conclusão de que é impossível eternizar-se uma vivencia comum com tal ódio de morte.
Não é humanamente possível sobreviver num estado de guerra eterna e está visto, ao fim de sessenta anos que essa não pode nem será a solução!
Para mim, mau grado tristezas de uns e alegrias de outros, o facto de haver troca de prisioneiros já é sem sombra de dúvidas uma acção louvável.

1 comentário:

Julieta disse...

... é impossível eternizar-se uma vivência comum com tal ódio de morte.
Tenho esperança que tenha razão... e acredito que esta troca tenha sido o primeiro passo, um dos mais importantes...
Sente-se um carinho enorme sempre que fala do Médio Oriente ;)

Beijos carinhosos

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