Público 11/12/2010
Manifestações contra prisão do fundador da WikiLeaks na Europa e América do Sul
Apoio a Julian Assange saltou as fronteiras da Internet
A revolta que corre nas redes sociais contra a detenção do fundador da WikiLeaks saltou este sábado as fronteiras da Internet, saindo para a rua em dezenas de concentrações na Europa e América do Sul. Mas mesmo com Julian Assange fora de jogo, os jornais continuam a divulgar os telegramas da diplomacia americana – o último alvo foi o Vaticano, uma estrutura descrita como arcaica e avessa a ingerências.
Deixem Assange em Paz e realmente prendam e julguem os que cometeram os crimes revelados nas fugas do WikiLeaks, para que se acredite finalmente em alguma coisa.
Que moral existe no nosso Ocidente quando se prende quem põem em evidência os conhecidos podres da nossa sociedade e se pressiona a Rússia por razões de estratégia político/militar e a China para a libertação de um duvidoso prémio Nobel da Paz feito à pressa?
Ionline de 11/12/2010
E que direitos humanos andamos nós a exigir aos outros se, por exemplo, olhamos para o lado a assobiar, fingindo não saber perfeitamente que agentes criminosos da CIA e da Mossad assassinaram em Tehran dois cientistas iranianos com as suas famílias?
Armamo-nos em bondosos arautos, santinhos portadores de uma cínica liberdade "democrática" e simultaneamente tentamos esconder vergonhosamente os nossos podres, as nossas mais que muitas (porque únicas) agressões, as atitudes canalhas e corruptas contra quem cujo único crime é não se identificar com o nosso tipo de sociedade e se opor a que se intrometam nas suas vidas e nas suas terras única e exclusivamente para as roubar, enfraquecer e dividir.
Com base nestas evidências da WikiLeaks quem tem coragem para dizer que é melhor do que eles? Apenas porque nos chama-mos a nós próprios de "democratas"?
É pouco, muito pouco.
Expresso online de 11/12/2010
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