Grandes irresponsáveis



Confesso que depois de ter saído da empresa onde trabalhei cerca de 35 anos, mais 40 anos de descontos para a Caixa Nacional de Pensões, pensei em parar e fazer algo diferente. As condições de pré reforma são razoáveis, mais alguns posinhos, etc, dá para estar à vontade. Ainda vivi “do ar” durante 4 meses, até que o bichinho do nostálgico e necessário stress começou a picar.

Resultado; comecei a trabalhar outra vez. O ramo é diferente, mas mais aliciante. Um mês em Mozambique como consultor, se gostar voltarei ao ritmo de três meses lá, um mês cá. Vamos ver no que dá.

Mas isto serve só para intróito, para justificar o título acima referido.
Todas as manhãs, faço a estuporada A5, começando a apanhar as famigeradas bichas de carros (odeio o brasileirismo filas) a partir das portagens de S. Domingos de Rana ou Carcavelos como queiram chamar. Depois é o pára arranca do costume até Algés. Enfim, vamos ouvindo música e vendo as avarias e comportamentos dos anormais da estrada.
Mas hoje dia 2 de Novembro, foi num ápice que cheguei a Algés.
Pois; a ponte. A maldita ponte de sexta-feira depois de um feriado religioso (católico). Seguro que noventa por cento das pessoas desconhecem a razão da existência deste feriado, mas aí vão eles de abalada para fim de semana prolongado (mini férias como se diz).

Quase que param o País com estes feriados e pontes. O maralhal quer é festa, futebol e encher a boca de sardinhas (o ingleses conhecem-nos bem).

Está bem, continuem assim que vão bem longe. Depois continuem a fazer empréstimos às instituições de crédito que elas agradecem do fundo do coração a vossa parolice e estupidez, continuem-se a queixar à Deco depois de feita a burrada que ela resolve-vos o problema! Continuem a comer pão com pão (de véspera) para poderem pagar as prestações dos carros topo de gama e as casas da linha, única maneira de acharem que têm estatuto. Empenhem até à medula tudo o que não têm, para pagar os colégios privados dos vossos filhos (no oficial eles não têm capacidade intelectual para singrarem), gastem os plafond´s dos vossos cartões de crédito dourados adquiridos nos Shoppings da vossa ignorância, alimentem os patos bravos dos serviços de hotelaria do Algarve, do sul de Espanha ou, o que é pior, no Nordeste brasileiro. Todos eles agradecem a vossa ignorância, cretinice e estupidez.
Realmente este país não existe.
Depois de todos os relatórios internacionais que nos colocam nas posições secundárias em todos os aspectos, única e exclusivamente por nossa culpa, esta maltosa continua impávida e serena como se nada se passasse.
Se pudesse não contribuiria com mais nada para esta grande janaria.

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