Porquê??



Já se ultrapassaram todas as tolerancias do admissível e há muito que se entrou no inadmissível.
É difícil entender o que se passa na cabeça das pessoas que provocam, indirectamente talvez, creio eu, tipos de acidente como aqueles que enlutaram diversas famílias nestes ultimos dias; o atropelamento na Praça do Comércio em Lisboa, outro na área de Tires e por fim o acidente que provocou mais 15 mortos na A23 em Castelo Branco.
Não é dificil a quem viaja todos os dias como eu, pelas autoestradas e estradas deste País verificar que para que uns selvagens e irracionais usem os seus carros como armas letais, outros tenham de se encolher até ao limite, caso contrário os números dos acidentados tomariam a dimensão de autentico terrorismo!
Não bastam criar-se institutos de prevenção rodoviária, aumentar as operações stops, etc, etc.
Passa tudo pela formação e pela educação das pessoas. E essa realmente não existe.

Sinto muito pelo que aconteceu às vítimas. Lamento profundamente.
O mesmo não posso dizer dos que provocaram os acidentes!
Só lhes posso desejar que lhes pese profundamente a consciência enquanto viverem!

1 comentário:

F. Penim Redondo disse...

A propósito da sua preocupação:

______________

Carta Aberta ao Senhor Presidente
da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária



Exmo Sr.

A extraordinária concentração de acidentes graves, e "espectaculares", nos últimos dias tem motivado uma enorme cobertura mediática e desencadeado todo o tipo de especulações e aproveitamentos. São factores que propiciam estes fenómenos:

- a violência dos acidentes que inclui, em certos casos, o desmembramento dos corpos das vítimas
- o envolvimento de idosos e crianças e a existência de relações de parentesco entre as vítimas
- o número de vítimas e as circunstâncias em que os acidentes se verificaram

Todos estes aspectos têm sido glosados nos meios de comunicação, muitas vezes de forma sensacionalista, e são aproveitados por alguns para gerar um ambiente social marcado pelo alarmismo embora a coincidência dos acidentes no tempo não tenha qualquer significado estatístico.
Publicita-se o número de mortos e feridos, refere-se a hora matutina a que as vítimas se levantaram para ir trabalhar, divulga-se o percurso da excursão e a sua passagem por Fátima, menciona-se aspectos da vida privada dos atingidos. Tudo isto desencadeia no público emoções compreensíveis mas não as reflexões necessárias.

Não têm surgido descrições objectivas e explicações racionais para o que realmente aconteceu. "As causas do acidente estão a ser estudadas" e, como vem sendo hábito, acabarão por nunca ser claramente enunciadas para o grande público. Essa lacuna abre campo a todas as teorias fantasiosas, reforça o clima de insegurança e não ajuda desenhar as medidas que poderiam prevenir os futuros acidentes.

Na prevenção dos acidentes rodoviários o mais importante é o "como" e o "porquê" e não o "quem". As causas e não as culpas. Não é possível prevenir o que se desconhece ou aquilo que não se compreende.

Torna-se assim imperioso que alguma instituição oficial competente, por exemplo aquela a que preside V. Exa., ponha cobro a esta indefinição e avance com relatórios, para cada um dos acidentes, em que fiquem claramente estabelecidos:
- os aspectos factuais, apurados e confirmados, das circunstâncias do acidente
- os factores propiciadores ou causadores do acidente e o grau da sua influência
- as medidas em curso, ou planeadas, para responder aos factores que intervieram no acidente

Estes relatórios deveriam tornar-se obrigatórios sempre que há vítimas graves e ser publicados e acessíveis a todos os cidadãos através da internet.
Não só ajudariam a esclarecer os acidentes ocorridos mas também educavam os cidadãos para se precaverem relativamente aos factores de risco.

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