25 de Abril sempre!!
34 anos depois recordo com profunda saudade um dos dias mais felizes da minha vida!
Agora parece-me que todo um rio de água fresca acabou por desaguar num deserto terrivelmente seco e árido.
É a sensação que tenho de há uns tempos para cá.
Hoje o 25 de Abril deixou de ser um dia de amizade, de luta, de confraternização, camaradagem e unidade de pessoas, de trabalhadores, de povo!
Hoje transformou-se num dia em que o “pessoal” educado nos mais vis princípios do egoismo pessoal e da indiferença põe-se a milhas, atropelando-se espavorido a caminho do Algarve ou para qualquer outro destino onde se “apanhe” sol, se descanse (???) e se esqueça temporariamente dos negros pesadelos que são a situação crítica de uma economia nacional em constante estado de inação.
Mas enfim, vivem felizes convencidos que as coisas têm solução através de qualquer santinha milagreira que lhes apareça debaixo de uma figueira lá para as bandas da santa terrinha.
“Estamo-nos nas tintas para a Abrilada! Afinal quando nascemos, este País já vivia uma democracia”, dirão os presentes trintões.
Por sinal até têm razão para pensar assim. Não lhes contaram tudo, ou antes, a história tem sido deturpada propositadamente para que se esqueça o 25 de Abril.
Aqueles que maliciosamente se alimentaram da pureza revolucionária, fizeram o seu trabalho na perfeição e suavemente levaram-nos, quase sem dar-mos por isso, a entrar numa fase de um capitalismo tão selvagem como desumano nunca antes visto pela Humanidade.
“É o mercado a funcionar” afirmam girinos engravatados, formatados de cinzento (a cor do nada) que pululam numa sociedade de bem-estar virtual e que a grande aristocracia da economia nacional, inatingível como sempre, mantém e alimenta enquanto lhe convém.
Quanto à populaça, dêem-lhes nos shoppings cartões de crédito dourados, futebol, SIC, TVI, Tony Carrera, viagens ao Brasil e façam-nos empenharem-se em dívidas até ao fim da vida que eles não se queixam nem pestanejam: são amestrados!
Sinal dos tempos.
Para mim pouco me vão interessar as “palestras” governamentais de circunstância e conveniência que se irão ouvir amanhã ad nauseum.
A esperança que tive foi atraiçoada mas a bela recordação que guardo desse dia ninguém ma vai tirar por muito que tentem.
Para mim acabará quando eu acabar!
Quem não a viveu, paciência; imagine-a se for capaz!
Quem a viveu e não gostou além da infelicidade de ser mentecapto,…………………, não lhe desejo nada de bom!
25 de Abril sempre!!
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