Cartão amarelo!

Jornal de Angola diz ser necessária clarificação nas relações com Portugal
Editorial acusa Portugal de estar "pior" do que a Guiné-Bissau.
Público 12/10/2013


Infelizmente nunca ouvi, como hoje ouço por esse Mundo fora, falar tão mal de Portugal.
Não é só o JA de Angola! Oxalá todo o mal viesse só daí!

E de quem é a culpa de se chegar a este ponto descrito pelo JA?
Obviamente que a culpa não é dos outros e muito menos de Angola, onde trabalham mais de duzentos mil compatriotas nossos, auferindo aquilo que jamais conseguiriam no nosso desgraçado País.

A culpa é principalmente nossa, desde governos formados por grandes canalhas, a todos nós que deixámos destruir aquilo que nos podia e devia dár pão; a indústria, a agricultura, as pescas, a produção de bens tangíveis, uinica razão de nos dar valor acrescentado.

Convínha-nos. Veio o dinheiro da maldita UE; sentámo-nos e coçámos a pança ao Sol, a vêr futebol e a beber cerveja.

Armámo-nos em intelectuais da treta e andámos a viajar mundo fora, metendo férias a crédito para pagar viagens de autênticos milionários.

Comprámos casas primeiras, segundas, alguns terceiras, para o cão e para o gato, para os filhos nossos e das amantes que nada sabiam fazer nem queriam, quintas para férias, automóveis topo de gama, barcos, etc, etc.

Tudo feito fora, tudo fabricado na Alemanha, França, Itália, Inglaterra, Japão, etc, etc.

Tudo importado, tudo Made in Qualquer Merda, nem que fosse um raminho de salsa ou coentros. Uma verdadeira vergonha!
Consumíamos muito mais do dobro do que produzíamos!

Criámos nas nossas escolas e universidades monstros analfabetos, licenciados e doutorados em burrice, cretinice, estupidez e mesquinha arrogância que só de os ouvir falar nos apavora, nos horroriza ou dá pena.

Alimentámos uma imprensa, seja escrita, televisiva (abominavelmente pior) ou a radifónica de uma piolhice e canalhice nunca vista ao longo dos tempos.
Completamente abaixo de cão!

Ouvimos e vemos "comentadores" que mais não são do que terroristas da fala e das ideias, cuja finalidade é a de vomitarem os mais abomináveis e repugnantes pareceres políticos.

Fabricámos uma geração de "não gente", imbecis, autênticos abortos, cuja função é a de vegetar neste território onde o esforço dos poucos que trabalham torna-se titânico e impossível de se rentabilizar, tal o monstro sorvedor em que o Estado se transformou.

Tornámo-nos em subservientes protectorados de quem nos goza, o BCE, a UE, o FMI, os credores de todo o Mundo que nos exigem todo o sangue por nós produzido para o resto das nossas vidas, tal a dimensão da dívida em que, por nossa única e exclusiva culpa, nos metemos.

Não, desculpem mas realmente Angola não é culpada desta trapalhada em que nos metemos!

Não temos o direito de transferir os nossos problemas para aqueles que em nada contribuiram para o estado miserável em que nos encontramos por culpa própria.
O nosso horrorozo sistema judicial não tem moral para julgar seja o que for quanto mais políticos estrangeiros.

Neste caso e não só Angola exige respeito como Estado soberano que é! Tem esse direito! Ponto final!

Porquê?
Fácil: Não fomos nós que lhes ensinámos todas as trapalhadas através dos sentimentos colonialistas que lhes incutimos e que ainda hoje pretendemos manter?

Não fomos nós que os dominámos durante quatro séculos atropelando tudo o que se denomina "direitos humanos"?
Não fomos nós que apoiámos movimentos terroristas (ex: UNITA) que actuaram contra o Governo Angolano, gostássemos ou não dele, durante quase trinta anos e após uma guerra colonial de 10 anos?

Claro que sim que fomos.
Muito angolano inocente morreu à conta da nossa hipocrisia!

Se nos custa lêr aquilo que o Jornal de Angola escreve de nós, ponhamos a mão na consciência, aqueles que a tiverem, e que digam o contrário JUSTIFICANDO e não atirando bocas para a geral!
link para o JA

Se para já Angola nos tem mostrado cartão amarelo, ao menos tenhamos algumas cautelas para que um dia não nos mostrem um vermelho.
E garanto-vos que não serão eles que ficarão a perder!


Já agora, para que fique esclarecido informo que trabalhei e vivi em Angola antes e depois da Independência. Conheço bem aquela terra e aquelas gentes.
E por conhecer, saber e sentir o que escrevo, não admito nem recebo lições de ninguem sobre Angola!

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