Duas janelas (Do panjereh)



A canção já é antiga, pré Revolução Islâmica do Irão (1979).
Foi escrita e cantada por Googoosh, uma actriz Iraniana equivalente para este povo em popularidade e dimensão à nossa Amália Rodrigues em Portugal.

Googoosh vive desde o ano de 2000 nos Estados Unidos.

É um simples poema de amores impossíveis, daqueles poemas muito em voga, cantados nos finais da década de sessenta início de setenta.
Corporiza esse amor impossível em duas janelas (do panjereh), que lado a lado, tão próximas em termos de distância física, mas igualmente tão longe, sem nunca se poderem tocar.

No que à dificuldade de relações Mulher/Homem diz respeito, está ainda muito actual no Irão, país que bem conheço e que, mau grado as enormes e intrigantes contradições existentes, sempre me marcou e marca muitíssimo ainda hoje!
Realmente não se escolhe quem se gosta ou se ama!

Mas cansado de comentar os "desastres" que assolam este desgraçado Portugal que vão desde a estupidez da justiça, a trinta anos de roubo descarado e gula de antigos membros de Governos incompetentes (PS e PSD) responsáveis pela latente situação de subdesenvolvimento que sempre vivemos, passando pelo vergonhoso terrorismo dos Media, pela destruição sistemática do nosso tecido produtivo e por aí adiante, quedei-me por me virar “lá para fora”.

No fim sinto que aquela frase, “o que vem lá de fora é melhor do que aquilo que cá fazemos”, tem uma grande razão de ser!
Não é dita por acaso e haja quem me demonstre o contrário!

Difícil, impossível de o fazerem após sessenta anos de vida e ter o mérito de conhecer o que conheço!

Duas janelas na fria parede,
Sós e abandonadas, uma és tu, outra sou eu,
Na parede de pedra negra, fria, áspera,
Que afasta os nossos lábios cansados,

Sem nos podermos mover por baixo do seu peso,
Que contem toda a história do nosso amor,
Mantendo distante as minhas mãos das tuas,
E esta dor que nos magoa noite e dia.

A distância que nos separa não é longa,
Mas mesmo assim infinitamente grande,
Única razão que nos mantém juntos, mas distantes,
Devemos ficar sempre assim paralisados,

Porque enquanto assim permanecermos,
Estamos vivos mas desejando a liberdade que é o nosso fim,
Precisamos de morrer para sermos livres,
Quero que destruam esta parede,

Para que eu e tu possamos morrer juntos,
E que noutro Mundo possamos dar as mãos,
Onde não exista tanta dor nos corações,
E que não hajam janelas, por não existirem paredes.

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