"A tristeza da Olga e as Legislativas em Portugal"
O dia acordou triste, assim como a Olga que entrou esta
manhã em minha casa.
Ao princípio, à cautela, questionei o que tinha? Estaria
doente?
“Olá Olga! O que há? Algum problema?”
“Não, nada!” respondeu sussurrando.
Também não tive coragem de lhe perguntar mais nada a não ser se queria outro café.
Até ter acabado o seu trabalho e se ir embora não falou mais!
" Até à próxima" disse!
"Adeus Olga, até à próxima", balbuciei eu perplexo!
Fácil foi perceber que uma grande angústia a consumia; o seu País,
onde deixou a família, está em vias a ser alvo de uma guerra absurda, feita por
aqueles que têm o poder e o dinheiro para tal, como alguns dos seus irmãos e
primos desavindos do Norte, Leste e do Oeste ou, pior ainda, invadida pelas
usuais forças do Império do Mal, seus usuais lacaios e cães de fila, provenientes
do outro lado do grande Oceano e que, por histórica e secular ganancia de poder
económico, cupidez e maldade, o fazem, sem sequer saberem indicar no mapa onde
fica a Donbass, terra natal da Olga.
Entretanto, à margem de tudo isto, na pequena faixa de terra
que habito, isolada de tudo, em forma de rectângulo com 90.000Km2, parece que estas realidades
passam ao largo, aliás, como quase tudo o que acontece fora desse rectângulo.
Agora anda tudo atarefado com o evento das eleições Legislativas que se
aproximam.
Uns, à espera que a situação mude, sem se saber se para
melhor, o que nesta altura pandémica e perspetivando aquilo que possa acontecer
na terra da Olga, duvido fortemente.
Outros, que se mantenha o ambiente de falsidade, a ¼ de gaz, quase ganzado,
pastoso, viscoso, alienado por futebóis e Big Brother`s manhosos, por uma
imprensa canalha e terrorista, destinado a manter-mo-nos “orgulhosamente” na cauda
da Europa, porque se teima em ler a tabela ao contrário, a produzir e a exportar pequenos almoços com
pasteis de nata ou dedicado a um horroroso turismo de massas que só envenena o
ambiente, cria lixo e criados de servir!
Ganhe quem ganhar, neste momento já não vejo, como devia, um
objectivo prioritário, o que é mau sinal.
Preocupa-me sim, por todos nós, a tristeza de Olga onde um prenúncio
de tempos bem cinzentos, difíceis, tristes e muito piores do que estes últimos dois
anos pandémicos se avizinham!
Mas pelos vistos, no sonolento rectàngulo ninguém se apercebe do perigo!
Vamos aguardar!