O que custa é reconhecermos
que, aquilo que anteriormente assistíamos nas TV´s e ouvíamos nas nossas rádios
ou líamos nos nossos jornais sobre barbaridades resultantes de guerras feitas por
encomenda, em locais por esse Mundo fora, acontece agora, precisamente agora, na
nossa “democrática”, civilizada e “fofinha” Europa.
As bombas que são largadas em
Kiev, Kharkiv ou Mariupol em nada diferem daquelas que os americanos largaram
em Baghdad, Trípoli ou Belgrado (só para falar destas e por defeito).
O que nos custa é ver que
afinal as pessoas que fogem da guerra da Ukrania, para a Polónia, Hungria e
outros países do leste europeu, são bonitas pessoas brancas, louras ou morenas,
bem vestidos, com malas de alguma qualidade e em carros privados. Não se vê
nada semelhante aos miseráveis refugiados Iemenitas, Sírios ou Iraquianos com
sacos de plástico, trouxas na mão e as miseráveis havaianas terceiro mundistas.
O que se vê é uma Europa
inteira horrorizada perante um cenário de caos e catástrofe que jamais admitiu
poder vir a acontecer no interior das suas fronteiras e sentir que afinal em
nada difere, seja na dor ou no sentimento de tristeza e angústia de qualquer
Sírio ou Iemenita.
O que se vê é uma Europa em
estado de pânico perante a realidade que representa um adversário, o Russo que,
quer se queira ou não, esteve, está e estará à altura de nos desafiar a
qualquer momento e eventualmente com força para se fazer respeitar e a quem
nada poderemos impor, que sempre nos olhou do outro lado do espelho, que sempre
reprovou e reprovará o nosso modo de vida e com o qual teremos de contar,
goste-se ou não!
O que nos custa, mas fingimos que não, é reconhecer que uma potência Mundial, os Estados Unidos, foram os responsáveis que nos empurraram sem vergonha nem pudor, para a situação de subalternização e pavor que agora nos encontramos.
Os americanos nunca nos “viram”
com bons olhos, nunca gostaram de nós e sempre nos desprezaram, humilharam, fazendo
dos europeus os idiotas úteis e fofos, fáceis de manejar através de organismos
“internacionais” de carácter agressivo, manhoso e mafioso como o são por
exemplo entre outros, a NATO e os “Tribunais” Internacionais, onde se julga a
bel prazer sem qualquer contraditório e sempre de acordo, como tem sido até
agora, segundo a directiva e teoria do “vencedor dos bons princípios” das
contendas em causa, tenham sido elas na ex Jugoslávia, Síria ou no Iraque!
Aos outros, conhecidos como os
“Maus”, resta amouxar sem apelo nem agravo, engolindo em seco o gosto amargo da
muita mentira e de outra tanta injustiça, atiçada pelo terrorismo de uma comunicação
social vendida, imbecil e miseravelmente canalha.
Assim qualquer um pode ser juiz
de causa, sem ter necessidade de se alongar numa pesquiza mais profícua e profunda,
e que ao menos nos transmita um maior equilíbrio de análise e aceitação de um
veredito final.
O que custa é vermos todas as
portas para um verdadeiro cessar fogo fecharem-se constantemente com o
nascimento quase espontâneo de novas medidas bélicas de ambos os lados,
agressões verbais e ameaças ao uso de armas nucleares, no sentido de aos poucos
nos mentalizarmos que cada vez mais se aproxima
a deflagração de uma guerra mundial que ninguém irá vencer.
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