História do Lobo Macho e do reluzente Luluzinho Colorido!
Um
dia, numa negra floresta, um Lobo Macho triste, esfaimado, só pele e osso, encontrou
um canídeo Luluzinho, lustroso, colorido e muito bem alimentado. 
Parando,
pois nem forças tinha para o assustar quanto mais para o comer, e após educadamente
o cumprimentar, disse-lhe num esgar de dor: 
-“Olá
Luluzinho colorido, diz-me, como é que tu podes ser tão bonito e tão roliçosinho?  Que comida é essa que o põe tão apetitoso? 
-Eu,
que sou Lobo Macho, um perfeito Alfa, muito mais forte, estou para aqui a morrer
de fome que já nem te vejo”. 
O Luluzinho
Colorido, sem rodeios, responde com a sua normal e efeminada voz, típica neste
tipo de “animaizinhos”: 
“Meu
querido Lobo Macho, tu também podes ser assim como eu, se prestares os mesmo
servicinhos que eu presto aos meus Donos e aos seus desalmados e insatisfeitos mastins,
que são os que, no fim, me dão mais gozo”; 
-“E quais
são esses “servicinhos”, bondoso e lustroso Luluzinho?” Perguntou
o Lobo com língua de palmo e a babar-se. 
“Olha!
Finjo que guardo as portas, a custódia da casa perante os ladrões da noite,
ladrando e acordando os ”mastins” para que estes, garanhões, estraçalhem os
meliantes! 
“E o
quanto me agrada, amigo Lobo Macho, aquela virilidade dos mastins dos meus Donos”,
responde de imediato e com um brilhozinho nos olhos, Luluzinho, acompanhado daquele
malicioso sorriso tipo José Castello Branco! 
-“Ouve
lá páh! Mas se é só para isso estou pronto, caraças! É que é já de seguida Luluzinho!
Repara que agora levo uma vida miserável, de trampa, suportando neve, chuva na
floresta, nada para comer, nem mesmo uma lobinha que é das coisas que eu mais
gosto. Realmente é mais fácil viver debaixo de um teto, ficar ocioso, ter de
comer até não me mover mais, e quanto ao estraçalhar meliantes e ciganada, olha
que isso é comigo!”  
“Ok, porreiro
páh! Então vem comigo Lobo Macho”. Afirma o Luluzinho já com um intuito a
medrar naquela sua rosácea cabecinha, ao ver que o Lobo Macho mesmo pele e osso
e a morrer de fome ainda “era capaz de bem orientadinho, cantar YMCA dos
Village People”.
,……, enquanto
caminham, no entanto o Lobo Macho vê no lustroso e rosáceo pescoço do Luluzinho
uma bela correia de pele de ovelha pendurada. 
-“Olha
lá óh camarada Luluzinho, o que é isso que tens pendurado ao pescoço? Que raio
de coisa é essa?”. 
“Ah,
não é nada. Deixa lá isso”! Responde Luluzinho a modos que envergonhado. 
-“Desculpa
lá camarada mas tens que me dizer, Luluzinho. Porque é que de repente ficas-te tão
triste?” 
“Ok,
então lá vai; como durante o dia dou a entender e pareço muito animado e
lindinho, eles, os meus Donos, prendem-me, para que eu possa descansar enquanto
o Sol não se põe! Fico todo dia preso em casa sem me mover nem para fugir das
“arremetidas” dos malandrecos mastins”! 
Acordo
quando a noite chega, ao pôr-do-sol. Desamarram-me e então vou por onde
quero.  
Dão-me
pão sem que eu peça; o meu dono atira-me da mesa pedaços da sua comida. 
Sim,
porque aos servos e ciganada lá do palácio estão destinados aos restos da
comida que são igualmente jogados fora, para o lixo. 
Aqui
para nós Lobo Macho, eles também não merecem melhor.
Então,
sem esforço algum, a minha barriga enche, dilata e até, sempre que posso
“distraiu-me” à grande com os mastins”, diz o Luluzinho com ar conspícuo.
-“Portanto
meu caro Luluzinho, o meu amigo não é livre de sair sem fazer alguns “favores”
durante o dia e ainda por cima está preso?”
“Sim, é
verdade”, respondeu o colorido e reluzente Luluzinho com um ar de Nossa Senhora
dos Passos. 
-“Então
meu amigo, aproveita bem tudo aquilo que tens e de que te gabas, Luluzinho.
Para
mim não dá Luluzinho. Desculpa! Para mim não ser livre, jamais meu caro Luluzinho”. 
Respondeu
horrorizado e de um certo modo agoniado até às entranhas o Lobo Macho. 
-“Reino
para mim, onde não possa ser livre, mesmo com fome, sede e ter de dar
contas ou fazer “favores” a mastins e a Donos, “comendo” mesmo que tenha uma
fome de morte, tal iseia nem permito que entre no meu pensamento que eu até o
matava.
Não
Luluzinho! Fica-te para aí reluzente e colorido Luluzinho, mas não contes
comigo! 
Adeus!
Ciao! Arriverdeci! Do Cvidania, Luluzinho reluzente e colorido! Faz-te à vida
páh”!
Guilherme
Гильерме

 
 
 
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