O que fazer com o Irão


Eu não disse?
Era só uma questão de tempo! E foi bem depressa.
Ele tem de citar alguém, porque como quase toda a imprensa portuguesa, a técnica do copista é fundamental para a subsistência jornalística nacional. Salvam-se raras excepções. A inteligência e o poder criativo não fazem muito o nosso jeito.

Ele enaltece um grande pensador; Raymond Aron. Como se este senhor fosse um eleito predestinado para grandes feitos de análise política. Na realidade não passou de um simples escriba ao serviço de quem nós sabemos.

Ele tem a lata de comparar Ahmadinejad com o Hitler metendo o Hamas à mistura fazendo da confusão letra de lei, tendenciosamente procurando levar os leitores a tomarem o partido da mentira e a aceitarem de bom grado a calúnia jornalística.

Ele manhosamente apela ao “dever nuclear” europeu e americano de, …estudarem a hipótese de um ataque, da mesma forma que, desta vez, devem agir a uma só voz no conselho de segurança, …… como se atacar um País de setenta milhões de habitantes e com uma economia poderosa, fosse como entrar no Iraque, no Afeganistão, na Sérvia ou em qualquer república das bananas.

É inadmissível que a ele, não conhecendo o Irão, tal como não conhece Angola, se lhe permita escrever artigos que fomentam uma apologia da guerra.
E vem depois com uma grande lata falar nos direitos humanos, como o fez no seu hilariante artigo sobre Cabinda.

Que direitos é que ele exige agora ao Irão??
Que se vergue ao estado de israel a quem se permite possuir um arsenal nuclear e que praticou, pratica e praticará todo o género de atrocidades na Palestina?
Que se submeta à influência e ao poder de mais duas potências nucleares vizinhas, o Paquistão e a Índia?

O que é que aprova? Arrasar Tehran e os seus catorze milhões de habitantes, com uma bomba nuclear tal como dá a entender??
Destruir a central nuclear de Isphan para depois na Europa nos submetermos a represálias de todo o género?

Ele não sabe, porque nunca lá foi (nem há-de ir). Ele não sabe que a Republica Islâmica do Irão é, naquela área, a nação que mais próxima está do nosso modelo de vida, mau grado as contradições que possui?

Na minha estadia no Irão, senti como não posso nem devo embarcar nas ideias que por cá se tem sobre a República Islâmica.
Mediante aquilo que vi e os amigos que por lá fiz, revolto-me todos os dia só de pensar que existe gente que pensa e escreve como ele!

Ele devia ter vergonha, mas gente da sua laia não tem, porque não presta.

Guilherme Morgado

Jornalismo de primeira água

É evidente que estava para acontecer.

Não sou nem adivinho, nem vidente, nem crente ou apóstolo de qualquer seita.
Mas não era difícil prever que isto ia acontecer.

Já tinha comentado num artigo anterior que o nosso Primeiro Sócrates iria dar um belíssimo passeio a terras Angolanas (que saudades), tentar que naquelas terras tivéssemos alguma oportunidade para poder ajudar relançar a nossa economia.
Isto sabendo com realismo que já vamos tarde.

Se na altura já achava difícil então daqui para a frente muito mais. E muito mais porque o contributo para que isso acontecesse partiu, mais uma vez, das nossas atitudes jornalísticas pouco inteligentes, tipicamente de patos bravos (para não chamar tugas porque há quem goste de o ser).
Os nossos jornalistas, comentadores e articulistas promoveram uma campanha anti angolana do mais baixo teor jornalístico que se possa imaginar.

Incrível como ao fim de 32 anos, ainda haja quem sofra de dor de cotovelo e recalcamentos que definem um profundo e bolorento neo-colonialismo.

Mais uma vez o senhor José Manuel Fernandes do Público, que nem sequer conhece Angola, escreve um artigo profundamente provocatório, maldoso e manhoso. Intragável simplesmente! Mas não foi só ele! Houve mais.

Numa altura em que uma contenção nas palavras e atitudes seria o mais aconselhável, aparecem os arautos da desgraça, pregadores de feira, moralistas duvidosos e falcões sem penas com o alerta dos “direitos humanos”, Luanda vista do prisma que lhes interessa, ou a razão de independência que assiste aos bandos de Cabinda.

Claro está, a resposta veio da imprensa Angola de modo lapidar (e muito bem, diga-se de passagem).
Desde corruptos que têm nascido como cogumelos neste país, até focarem vergonhas lusitanas bem conhecidas (sistema judicial, criminalidade, etc, etc, etc, etc.).
Uma maravilha. Um suculento rol de realidades digno de ser conhecido e que só nos envergonha.
Aconselho a entrarem nos sites da imprensa angolana. Uma delícia.

Continuamos a ser um país que não aprende com as asneiras que fez e faz e que as repete até à exaustão como se da primeira vez se tratasse.
Pelas nossas atitudes de bisbilhoteiros, manhosos, provocadores baixos e linguarudos, realmente não merecemos melhor sorte!

Valha-me ao menos saber com profunda alegria que hoje a Vénus Express vai entrar na orbita do planeta Vénus. O que vai encontrar não será muito convidativo à vida humana. Mas seguramente que existe um ambiente despoluído dos JMF´s.
Saudações.


Nota: A semana passada viajaram para a Republica Islâmica do Irão uma comissão de portugueses em visita de cortesia organizada pela Embaixada daquela Republica em Lisboa onde estava incluído um ramalhete de alguns dos nossos melhores "repórteres".
Só que o JMF não foi (nem tinha nada que ir).
Querem apostar comigo como ele vai fazer um artigo a desancar o país dos Ayatollás com se lá tivesse vivido e conhecesse as realidades daquele País??
Leiam o Público das próximas duas semanas.

DEMOCRACIA

Estados Párias

“A democracia é o pior dos regimes, com excepção de todos os outros”. Winston Churchill.
Engraçado!
Já agora sabiam que o diário Jyllands-Posten do democrático reino da Dinamarca, o tal que publicou as caricaturas de Mahomé (realmente existe algo de podre naquele reino), recusou-se há alguns anos atrás publicar a caricatura de Cristo, com as espinhas da coroa transformadas em bombas, atacando clínicas que praticam a interrupção voluntária da gravidez?

Interessante não é? Outra contradição das nossas democracias ocidentais. Democracias por medida!
Temos o privilégio e a liberdade de criticar os tabus das sociedades dos “outros”.
Na maior parte dos casos é certo que temos razão, precisamente pela liberdade que possuímos de analisar, contestar e, pelo menos, pressionar de modo a que situações injustas sejam rectificadas e/ou abolidas. É incontestável.

Mas quando toca aos nossos tabus, sejamos realistas, quebra-se-nos o verniz e ficamos alvoraçados se vemos o Hamas a ganhar as eleições na Palestina, Hugo Cháves na Venezuela, Mahmud Ahmadinejad no Irão e René Préval no Haiti.

Tudo se fez no Ocidente para contrariar essas vitórias.
Aconteceram. Votou a maioria. Por alguma razão o povo é soberano, diz-se cá, por estas bandas.

Mas,………, aqui está a contradição acima referida; as nossas consciências foram agredidas e estremecem de receios pela nossa prestimosa segurança.

Sentimo-nos mal porque sabemos que estas vitórias eleitorais vão contra a nossa estabilidade política, económica e social. Vão contra a nossa pretensão em gerir externamente as economias desses estados e nada mais importante que a eleição de alguém da nossa confiança. Só que nem sempre acontece. E ainda bem.
De fantoches está o mundo cheio e algumas pessoas, tais como eu, não gostam nada de circo (passo a palavra).

Saudações

Sócrates em Angola

Aí está! Bem à lusitana moda, cá vai o nosso Primeiro com trinta empresários portugueses fazer uma visita a Angola!

Lá vamos nós mais uma vez. Mas como de costume atrasados.

Com a evolução que Angola está a ter neste momento e com as previsões de crescimento exponencial para os próximos 10 anos, não passa pela cabeça de ninguém que em Luanda estejam muito preocupados com a chegada destes “Belos Adormecidos”.

Angola nos últimos anos foi visitada por mais de 5000 empresários chineses, outro tanto com proveniência diversa tal como, África do Sul, Brasil, Israel, Suécia, Rússia e claro Espanha (deixem-me confessar-vos que me encanta e seduz esta maravilhosa relação de amor e ódio…………con nuestros hermanos)!

Nós vamos com trinta empresários. Poderia dizer; ridículo. Mas na realidade não tenho esse direito em afirmá-lo, porque bem no fundo os poucos empresários que Sócrates leva consigo estão na razão directa do baixo desenvolvimento de Portugal e dos poucos projectos com que podemos concorrer. Em termos técnicos deixam muito a desejar e ainda por cima os custos que apresentamos são elevados.

E quem não tem, a mais não é obrigado!

É pena porque quem conhece Angola, como eu a conheço, sabe o que seria importante para nós (mais para nós do que para os angolanos) se tivéssemos uma economia razoavelmente sólida, agressiva e perspectivada para o futuro. Só teríamos a ganhar.

Assim ficamos pela pompa e circunstância do evento e talvez por um weekend no Mossulo comendo lagosta, bebendo umas cervejas e tomando umas banhocas naquelas águas de sonho (qual Algarve, quais Maldivas, qual quê)!
Para quem se contenta com pouco já não é mau!
Saudações

Benfica

Soube-me a pouco em termos de resultado. No entanto foi um jogo lindo de ver! Porque gosto muito de futebol.
Este jogo foi um autêntico bálsamo após um dia inteiro de trabalho. Ppara os meus companheiros Bloguistas devo informá-los que não sou benfiquista.

Sou Sportinguista. Dir-me-ão os meus companheiros de clube que um verdadeiro Leão deverá acima de tudo ser anti Lampião.
Sinceramente não penso assim. Não embarco em fundamentalismos clubistas (ou outros).

Do fundo do coração, desejo os maiores sucessos desportivos à valorosa equipa da Águia que neste momento tenta representar o melhor que pode e sabe, o nosso País (e tão necessitado que está de algumas alegrias).
E também por mais duas razões:
• Pela lembrança de meu pai que tanto amava o seu Benfica.
• Pela alegria que se estampa na cara da minha filha quando o seu Benfica vence.

Saudações

Sofá para a IC19




Não queria acreditar mas é verdade. Ao princípio fiquei estupfacto, depois alarmado e finalmente revoltado.
Lembrei-me de uma qualquer estrada num país africano em que se vê o pessoal a estender a fruta no alcatrão, ou então aquele barbeiro que num separador de uma autoestrada na India executa cuidadosamente o seu trabalho de aparar a barba a um paciente que, como a maior das naturalidades lê simultaneamente o jornal!
Pois é! Em plena IC19, a meio da faixa de rodagem, um sofá esquecido permanecia indiferente aos automobilistas que naquela via lutam pela vida diariamente!!!!

Estamos mesmo num país do terceiro mundo. E cheguei eu até aos 57 anos de idade, conhecendo aquilo que conheço para me entristecer ainda mais com o facto de pertencer a esta tugaria. Somos Portugueses, feios, porcos e muito mas mesmo muito maus!!
P´ró diabo com isto tudo!

Templos da Nova Religião imposta!

  Ao ler-se o Público, o Expresso, a Visão e o Diário de Notícias, ao ver-se a SIC Notícias e ao ouvir-se a TSF, fica-se com a sensação que ...

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