Os sinos tocam, os meios de comunicação social exultam, os vários políticos do Ocidente entram em êxtase: as tropas ucranianas, com um golpe repentino, conseguiram avançar alguns quilómetros dentro da linha fronteiriça da Federação Russa.
No entanto, ninguém parece querer relatar a outra parte da verdade: as tão subestimadas tropas russas estão a avançar em Donetsk, para além do facto de o súbito avanço ucraniano só poder ocorrer graças ao generoso fornecimento de armamentos por parte da NATO e nada mais.
Ora, tudo isto só nos mostra que, se alguma vez houvesse necessidade, este é, antes de mais, um conflito mediático, baseado na distorção propagandística, que faz da Santa Aliança Ocidental uma entidade imbatível e sem vergonha.
Além de falarmos sobre as vitórias altamente improváveis do Bem sobre o Mal Absoluto, continuamos a falar sobre “distorções de propaganda pró-Rússia” em relação a algumas verdades tristes e inevitáveis.
Em primeiro lugar, o Ocidente está cada vez mais isolado nas suas posições de subserviência absoluta e de bajulação aos interesses dos EUA que, cada vez mais endividados e em dificuldades no tabuleiro geoestratégico global, tentam eliminar o maior dos seus “concorrentes”, ou seja, o Federação Russa.
As sanções promulgadas não tiveram outro efeito senão o de inclinar o excedente da balança comercial russa para a China, Índia e outros países do chamado Terceiro Mundo, deixando praticamente a União Europeia acéfala e com o “fósforo na mão” a fazer triste figura.
Em segundo lugar, acreditar que a Rússia vencerá num conflito convencional constitui um exercício perfeitamente fútil e inútil, como amplamente demonstrado por sensacionais e trágicos precedentes históricos.
Se, a curto prazo, a tentativa do Ocidente globalista parecia prosseguir com um certo sucesso, alimentada por um ataque mediático sem precedentes, está agora a demonstrar toda a sua inanidade e falácia.
Facto é que todo o Ocidente perdeu totalmente o sentido da realidade, acreditando que ainda vive no mundo do pós-guerra da Guerra Fria, caracterizado por aquele bipolarismo que tanto convinha aos EUA.
Alguém parece esquecer o facto de que, enquanto a ordem bipolar se dissolvia, novos assuntos geopolíticos e económicos surgiram entretanto na cena internacional.
E, felizmente, não têm qualquer intenção de sobreviver dentro de uma ordem política e económica internacional, monopolizada pelos EUA. A aproximação entre países que sempre foram rivais, como a Arábia Saudita e o Irão, a aproximação de muitos países do Terceiro Mundo, como a Argentina, às exigências dos BRICS, o crescimento económico de alguns países africanos, como a Etiópia e outros factos semelhantes são sinais claros de que algo, felizmente, está a mudar.
E mesmo neste aspeto, a frente ocidentalista demonstrou, mais uma vez, uma falta de visão política sem precedentes.
O conflito por procuração travado contra a Federação Russa nunca poderá ser resolvido com a vitória da Ucrânia, estando destinado a arrastar-se por muito tempo, com o único resultado de prolongar a agonia política e económica da própria Ucrânia.
Tudo isto, sem ter em conta outro fator sobre o qual ninguém se questionou até agora:
- Até quando será o povo ucraniano capaz de suportar o peso e as consequências das políticas belicistas de Zelenski?
- Até quando os ucranianos serão capazes de tolerar ver os seus jovens enviados para morrer pelos interesses dos EUA e da NATO?
E depois a última e fundamental de todas as questões:
- Durante quanto tempo irá o povo da chamada União Europeia continuar a suportar as dificuldades económicas causadas pelas despesas absurdas das políticas belicistas dos seus governantes?
Concluímos observando que os pseudo sucessos militares de Zelenski nos parecem ser o último golpe de um político e de todo um sistema de Poder, o Ocidental Globalista, que atingiu agora, e felizmente para toda a Humanidade, o seu canto do cisne.
Isto com todo o respeito por todos aqueles que se tornam cantores líricos de entusiasmo fácil.
Que se abram os olhos!