O ataque a Paris

Cercos de Paris terminam com morte de atacantes e de quatro reféns.
Reféns foram mortos na Porta de Vincennes e terão sido abatidos antes do assalto das forças policiais à mercearia kosher onde se barricara o atacante que pertenceria ao mesmo grupo extremista que os atiradores do Charlie Hebdo. Hollande descreveu o ocorrido como um "terrível acto anti-semita".
Publico 09/01/2015


Fiquei atónito, angustiado, terrivelmente triste.
Por mim passou uma revolta indescritível e ao mesmo tempo uma sensação de medo.
Compreendi que a partir daquele momento a que estava a assistir, jamais a Europa seria o que foi. Tudo agora será possível e muito mais perigoso.

Aquilo não eram Jihadistas. Aquilo não seria mais do que um bando de rejeitados das sociedades europeias que nunca aceitaram o que lhes ofereceram.
Um bando de criminosos, de gangsters, de escroques, da pior escumalha que uma sociedade pode gerar e que em nome de um ideal religioso, assassinou a sangue frio um policial, após este pedir clemência ao monstro que lhe tirou a vida.

Isto tudo à vista das câmaras de televisão como se de um filme tipo Syriana fosse.
Já antes o bando dos irmãos teriam assassinado dez jornalistas e outro policial.
Não vimos a morte em directo, exceptuando vermos os monstros dispararem no meio da rua que dava para o Charlie Hebdo.

Não consigo ainda explicar a sensação que me atingiu a não ser a de pânico e muita, mas muita angustia quanto ao futuro dos países europeus.

Também não vou discutir ou comentar o que penso sobre as eventuais razões, caso as hajam o que duvido, sobre o que leva alguma desta maldita gente a transformar uma religião num espaço de inferno digna de um altar ao Diabo.

Tenho as minhas ideias e não embarco no primeiro palavreado que leio ou vejo nas televisões e outros media, ávidos apenas de noticiarem os maus acontecimentos, coisa que os preza fazer de que maneira.

Confesso que nunca nutri qualquer simpatia por esta Charlie Hebdo. Tal como diz no seu cabeçalho "Somos um jornal irresponsável" e as irresponsabilidades pagam-se muitas vezes da pior maneira.
Neste ultimo ano não será por acaso que quase cinquenta jornalistas perderam a vida.

Entrar numa redacção e assassinar todo o núcleo duro daquele jornal, mais uns quantos colaboradores e um segurança foi odioso, monstruoso e nunca deveria ter perdão.

Mas custou-me infinitamente mais ver o modo como se assassinou um polícia no meio da estrada, como se um cão fosse. Alguns esquecem~se que aquele homem estava a fazer segurança a um grupo de jornalistas cujo trabalho tem sido a constante ofensa contra tudo e contra todos, sejam islâmicos, judeus, budistas, taoistas ou cristão.

Ele, o policial, não tinha culpa da irresponsabilidade dos jornalistas do Charlie Hebdo assim como muitos militares no Iraque ou na Síria não têm culpa do que possa acontecer aos jornalistas da CNN ou de outras estações que se gostam de arriscar sabendo que estão com as costas defendidas e que à noite, num hotel em Bagdad ou em Damasco podem descansar a beber cervejolas enquanto os outros arriscam as vidas por eles.

Nunca este policia terá ofendido ninguém, nem feito caricaturas a achincalhar fosse quem fosse, a escrever o que nos dá na real gana contra tudo e contra todos, só porque se é ........ irresponsável e sempre em nome da exclamada Liberdade de Imprensa!

Talvez por isso, pela tremenda angustia com que fiquei ao ver matar um homem na rua e depois, esse acto ser de algum modo diminuído e pouco evidenciado perante a desgraça dos assassinatos dos jornalistas, não me reveja totalmente na frase Je suis Charlie.

É a minha opinião sincera.



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