Para além dos deuses


Enquanto nós, pequeninos de ideias, crentes e tementes a carniceiros e tal como nós pequeninos deuses, continuamos por cá a prendermo-nos com questões mesquinhas e muito terrenas, não conseguimos arranjar um pouco de tempo para admirar estas imagens de Marte e da sua atmosfera, prenuncio de que um dia, homens de outra dimensão intelectual muito acima daqueles que nos governam (o que é normal), serão as testemunhas de uma descida vitoriosa e em paz na superfície daquela que pode muito bem ser a longínqua salvação de alguma humanidade que tenha possibilidade de fugir da Terra tão poluída e tão mal tratada pelos seus bastardos filhos.

Esta imagem de Marte vista da sonda Rosetta faz lembrar as imagens do Paraíso e leva-nos a pensar e recordar como é bela também a Terra quando vista do espaço galáctico.
Se por ventura alguma nave de outra civilização interplanetária tiver essa oportunidade, jamais pensaria que na beleza do Planeta Azul pudesse conter uma humanidade tão tenebrosa.








Lindo de ver

Se existe algo que me faça ficar de nariz colado ao televisor aos fins de semana, se há algo que me faça vibrar como mais nenhuma modalidade desportiva o faz, só um desafio de Rugby do Torneio das Seis Nações tem esse condão.

Confesso que perante a generosa entrega dos jogadores a uma arte destas, o fair play inigualável e a constante luta até aos limites da resistência física prestada pelos intervenientes de ambas as equipas, não conheço mais nenhuma modalidade desportiva cujos jogadores possam ser tão dignos de serem considerados autênticos deuses do Olimpo.

Comparar nos dias de hoje um jogo de futebol com um de rugby é o mesmo que comparar vinho a martelo com Moët & Chandon, nem que este seja do mais barato.

A presença do árbitro como maestro de duas orquestras tão afinadas entre si e tão dedicadas à luta, é o corolário de que estamos perante um dos actos desportivo mais belos que o homem alguma vez praticou.

A prova está nos recintos repletos com assistências que variam entre os sessenta e os oitenta mil espectadores.

Como alguém um dia disse e com toda a verdade deste mundo “o Rugby é um jogo de rufias jogado por cavalheiros” e quer se queira ou não essa é a grande diferença; só verdadeiros cavalheiros o podem jogar!

Que depois do Torneio das Seis Nações venha rápido Setembro e o Campeonato Mundial de Rugby 2007 para nos deliciarmos.







"Sim" ganha com 59 por cento

Não costumo tecer grandes comentários nem comemorar o que quer que seja sobre o resultado final de referendos ou eleições. Prudência nos momentos de angústia ou de alegria são sempre louváveis. A vida continua!

Acato a derrota remetendo-me ao silêncio, actuando do mesmo modo quando de vitória se trata. Sempre fui reservado nos meus sentimentos. Raramente exteriorizei sentimentos de vitória quando obviamente esta acontecia
E isto pelo respeito que um adversário me merece. Aprendi quando praticava desporto federado, tanto no rugby como no squash ou na natação.

Em política é evidente que isto não é verdade. O referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez demonstrou essa realidade.
Sempre me cheirou a hipocrisia e jogadas de baixos sentimentos “caridosos” e pios lamentos lamecha por parte do “Não” e interessei-me mais directamente em saber até que ponto a hipocrisia, a sacanice das pessoas e de algumas organizações ditas “responsáveis” podem chegar. Não foi difícil concluir que vivemos num mundo normal de anormais.

A razão principal para que alguém se oponha à despenalização do aborto tem como base única a liberdade sexual da mulher. Desta ninguém me convence do contrário. O que vier a seguir, embora de peso importante, é de certa maneira acessório.

É com base nesta premissa que se assistiu por parte do “Não” a acções maquiavélicas de movimentos de evidente “caridade” duvidosa para com as mulheres que engravidam contra sua própria vontade, ao pseudo apoio de associações femininas (?), de tenebrosos movimentos “de vida”, políticos de honra duvidosa, sectores médicos de carácter corporativo/fascista, etc, etc.

Como cereja no topo do bolo vem a acção militante da igreja Católica. Mais uma vez saiu chamuscada!

É de se lhe tirar o chapéu. Nunca vi tantas freiras e “tementes ao senhor” a caminho das delegações de voto como ontem dia 11 de Fevereiro. Vinham inclusive em autocarros “previamente” e “cuidadosamente” alugados para levar essas “almas” bondosas e penitentes a votar no “Não”.

Entre outros mimos, vem-me à lembrança a acção de excomungar e ameaçar com o fogo eterno do inferno quem votasse “Sim”.
Isto só pode vir de mentes doentias, de organizações tenebrosas, diabólicas e terroristas (e ainda se tem a lata de falar em fundamentalismos religiosos por parte de outras crenças).

Pela primeira vez na minha vida perdi o respeito e a consideração por quem perdeu. Nem sempre podemos ser tolerantes. Há que ser duro para com esta gente.

Regozija-me e muito a vitória do “Sim”, nem que existam alguns pontos que eu gostaria de ver clarificados.

11 de Fevereiro

ای ایران
ای مرز پرگهر
ای خاگت سر چشمه هنر
دوراز تو آنرثیه نبان
ثاینده مانی و جاودان


11 de Feveiro de 1979
11 de Fevereiro de 2007

Vinte e oito anos de revolução, outros tantos de constante luta que o seu povo tem travado para se impor como nação respeitada e como potência económica e militar em todo o Médio Oriente.

Desejo ao Povo Iraniano os maiores sucesso na sua constante procura de melhors condições de vida para as suas gentes.
Que a solução de todas as suas contradições, sejam rapidamente ultrapassadas com o consensso de todas as suas gentes.
Como País e povo que conheço, ficarei sempre grato à amizade, à cultura, à música, à alegria que me proporcionaram e acima de tudo ao facto de me terem ensinado a falar a sua língua; o farsi.

Desejo à República Islâmica do Irão os maiores na senda do desenvolvimento das suas gentes.

Kheily mamnun Iran va khoda hafez









A Ramboiada

Em rápido andamento está a preparação de uma eventual invasão à Republica Islâmica do Irão.

Lê-se nos jornais, ouve-se nos noticiários e nota-se pelas provocações constantes por parte da Administração Americana, pelo posicionamento de mais alguns vasos de guerra no Golfo Persa, pelos crimes provocados em solo iraniano pela Mossad (um cientista iraniano foi assassinado pela polícia secreta sionista), e pelo que daqui para a frente se verá.

Não tenho veleidades nenhumas em admitir e infelizmente aceitar que mais tarde ou mais cedo outro crime contra a humanidade está para acontecer. Espero que este, a efectivar-se, tenha o devido castigo.

Do lado do Sol Poente os escrúpulos são muito poucos, o reconhecimento dos Direitos Humanos também só têm um sentido, o desrespeito e “orelhas moucas” ás constante afirmações das autoridades Iranianas em prosseguirem, com todo o direito que lhes assiste, á exploração das suas centrais nucleares por razões de necessidades energéticas é uma das muitas provas que a Ramboiada está em marcha.

Sempre fui um revoltado contra a hipocrisia ocidental e os seus criminosos jogos sem fronteiras.
Sempre contestei a maneira e o modo como o Ocidente e as suas “democracias” parlamentares avançadas (?) jogaram com a exploração dos meios produtivos de países considerados do terceiro mundo, já para não falar das suas próprias contradições internas.

Talvez porque conheço as realidades do Médio Oriente, porque conheço a Republica Islâmica, porque sempre me interessei por aqueles povos, por razões de amizades pessoais, por respeito, pela inteligência, cultura, dedicação e patriotismo impar das suas gentes e até por alguma mística que os envolve, não consigo concebe-los a serem ultrajados e ofendidos pela força bruta, estúpida e animalesca dos americanos e muito menos pelos seus cães de fila sionistas.

Pouco mais posso fazer do que gritar a minha indignação, fechar os punhos de revolta e sentir tristeza, profunda tristeza e impotência perante a preparação de tais factos.

Só uma esperança me acalma; sentir que esta aventura poderá ser o carrasco daqueles que após a vergonhosa invasão ao Iraque e de serem os protagonistas de uma das piores catástrofes humanas alguma vez vista, virem a pagar caro a eventual agressão.

O aviso está lançado até pelos opositores ao regime dos Ayatolás e pela própria comunidade imigrante iraniana nos Estados Unidos; se atacarem o Irão seremos todos iranianos.

Para bom entendedor meia palavra basta!

Chega!!......., e chegou mesmo!

Nada acontece por acaso e hoje, dia 11 de Março de 2024, o meu País confronta-se com uma realidade diferente! No seio do seu sistema polític...

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